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Missão e História

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Missão

O Teatro do Bairro Alto é um novo teatro municipal de Lisboa. Dedica-se à criação e apresentação de projetos artísticos experimentais, bem como às práticas discursivas que os rodeiam e atravessam. No TBA cruzam-se artistas novos e estabelecidos, portugueses e estrangeiros, das várias disciplinas das artes performativas (teatro, dança, música e artes sonoras, performance), com um público a quem são propostas ferramentas para ser aventuroso e querer voltar.

Para o TBA:

O foco na experimentação significa estar aberto a uma constelação de abordagens artísticas;
Emergente é quem está a começar, aquilo que ainda não tem nome ou quem está sub-representado;
Ser um teatro inclusivo, verde e acessível é um objetivo diário e transversal;
Estar no centro implica ficar atento às margens;
Um teatro pode abrandar e acelerar, ter duas ou mais velocidades;
Programar é experimentar.

Missão

1733

António José da Silva, dramaturgo judeu nascido no Rio de Janeiro, estreia Vida do Grande D. Quixote de la Mancha e do Gordo Sancho Pança no Teatro do Bairro Alto, também conhecido por Casa dos Bonecos. Ali faz representar por marionetas as suas oito óperas joco-sérias, até ser preso pela Inquisição e, em outubro de 1739, executado. No século XVIII houve em Lisboa mais dois teatros conhecidos como “do Bairro Alto”: a Academia da Trindade (1735-1739); e a Ópera do Pátio do Conde de Soure (1760-1771).

Quando Vossa Senhoria, acompanhada dos seus sequazes, se digna de honrar aquele Teatro, logo tudo são parabéns, sussurros e alvoroços; e, para que o prazer excessivo não pareça imodéstia, se vai o riso esconder nos cantinhos da boca. É cousa para ver o obsequioso respeito com que todos a recebem! Todos se afastam, todos se encolhem, uns para cima dos outros; e, quando já não há assentos, então é que Vossa Senhoria tem o melhor lugar: tudo anda num corropio; o porteiro se ataranta; o arrumador se titubeia; o chocolate se derrama; o doce desaparece; as luzes parecem estrelas; as arquitecturas dóricas; as vozes harmoniosas; os instrumentos mais se apuram; os cantores mais se afinam; os duos mais se ajustam; os bastidores não necessitam de sabão para correr; e, finalmente, até parece que a alma do arame no corpo da cortiça lhe infunde verdadeiro espírito e novo alento.

Dedicatória (“à mui nobre senhora Pecúnia Argentina”) do Teatro Cómico Português, livro de 1744 com as peças de António José da Silva

1967

A 1 de março, a bailarina e coreógrafa Maria Magdalena de Mello inaugura na Rua Tenente Raúl Cascais, 1A, o Centro de Amadores de Ballet, estúdio e escola de dança. Segundo o Diário de Notícias, era “um edifício de linhas sóbrias que esconde lá dentro uma sala de espetáculos alegre e funcional, um santuário do bailado que foi erguido com muito amor e era capaz de corresponder às necessidades e objetivos de uma grande escola de dança”. Maria Magdalena de Mello morre poucos meses depois da inauguração. O trabalho da fundadora é continuado por duas antigas alunas; Anna Mascolo é também convidada a dar ali aulas.

1973

Luis Miguel Cintra e Jorge Silva Melo fundam o Teatro da Cornucópia, companhia independente que, devido às restrições da censura, começa por encenar textos clássicos de Molière e Marivaux. Ainda na Faculdade de Letras, Cintra tinha encenado Anfitrião de António José da Silva (Cornucópia é o nome de uma das personagens da peça).

1975

O edifício do Centro de Amadores de Ballet é cedido à Cornucópia pelo médico Machado de Macedo (marido de Maria Magdalena de Mello), por intermédio do Secretário de Estado da Cultura João de Freitas Branco. Embora não seja exatamente no Bairro Alto, o espaço passa a chamar-se Teatro do Bairro Alto, em homenagem ao teatro de bonifrates do Judeu. A primeira peça ali estreada, a 1 de julho, é Pequenos Burgueses de Gorki. Desde o 25 de abril de 1974, a companhia passara a dedicar-se à dramaturgia contemporânea.

Fazemos um projeto para a utilização das instalações: teatro, cinema, música… Projeto de obras imediatas e indispensáveis: acima de tudo a acústica. O ribombar dos ecos era qualquer coisa de assustador. E uma porta para trás do palco, para permitir utilizar a zona inferior ao palco, mesmo quando houver espetáculos. (…) Não queremos que esta sala e este espetáculo tenham de passar pelo certificado de habilitações passado pelo público de “intermediários culturais” que frequenta as estreias. Pelo contrário, queremos que esta sala seja um lugar de reflexão, de confrontação de ideias, de debate ideológico. Contactámos já com dezenas de comissões de bairro, comissões de empresa, centros culturais para que, organizando vindas coletivas, o espetáculo seja coletivamente assimilado e criticado – aqui, durante o que durar, aqui, no debate que haverá sempre que for possível, no local de trabalho no dia seguinte. (…) Conseguiremos? Quem estará interessado em que o façamos? Quem em nos fechar as portas?

Jorge Silva Melo, programa de Pequenos Burgueses

2016

É anunciado o fim do Teatro da Cornucópia. A companhia dirigida por Luis Miguel Cintra e (depois da saída de Silva Melo em 1979) pela cenógrafa Cristina Reis abre pela última vez as portas do seu teatro a 17 de dezembro, para apresentar um recital de textos de Apollinaire. Foram mais de 40 anos de trabalho representando autores como Shakespeare, Brecht, Müller, Gil Vicente, Strindberg, Genet, Lorca ou Pasolini. Os 127 espetáculos apresentados formaram várias gerações de artistas e espectadores.

2019

280 anos depois da morte de António José da Silva, reabre em 2019 o Teatro do Bairro Alto, um novo teatro municipal em Lisboa gerido pela EGEAC. Resulta de uma reorganização dos teatros municipais, que incluiu também a reformulação do papel do Teatro Maria Matos e a abertura do Lu.Ca – Teatro Luís de Camões, dedicado a crianças e jovens.

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Teatro Verde

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