Fred Moten, A Defense of Two-Dimensionality
A conferência de Fred Moten apresenta-se como tentativa de investigar aquilo a que se pode chamar um afastamento físico relativamente a certas suposições metafísicas que sustentam e minam a insurreição negra e queer. Como um movimento que tenta abordar e habitar o que poderíamos chamar a “aglomeração” da música de Cecil Taylor, nos momentos em que o uníssono dá lugar a uma densa proximidade, ao mesmo tempo que deseja considerar afinidades problemáticas entre as ideias de unidade e separabilidade e o ideal da tridimensionalidade. Apresentando o seu percurso discursivo como uma canção, uma dança de prosa e verso em criticalidade, Moten toca zonas de pensamento de Leonard Susskind, Karen Barad, Francisco Zalamea e Laura Harris, entretecendo-as com a ‘(p)andimensionalidade’ praticada pelo pintor Jack Whitten, e ligando-as à fugitividade (mais do que à emancipação) da dissonância.
A conversa iniciada nesta conferência abre para um workshop reagendado para 2022 abordando temas da história do jazz como a irrupção da música experimental negra, em intersecção com questões da teoria da liberdade e da teoria queer. Integra o ciclo Expanded Practices All Over, um espaço de pensamento colectivo organizado por Paula Caspão em torno da diversificação dos usos da expressão “práticas expandidas”.