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11 - 11 Fevereiro
Luísa Saraiva

Tirana

12 eur.
Artes Performativas

11 - 11 Fevereiro

quinta a sábado 19h30

ACESSIBILIDADE
11 fevereiro 19h30
Sessão com Audiodescrição

Artes Performativas
Preço 12 eur.
Integrado no Passe Cultura (apenas disponível na Bilheteira do TBA)
Sala Principal
Duração 75min

Classificação Etária:

M/6

Coreografia e direção artística
Luísa Saraiva
Instrumentos e instalação sonora
Inês Tartaruga Água
Performance
Alice Heyward, Fabíola Augusta, Luisa Fernanda Alfonso e Luísa Saraiva
Ouvido externo e apoio à dramaturgia
Francisco Antão Pesquisa Alice Heyward, Luísa Saraiva e Julius Gabriel
Figurinos
Isabelle Lange
Desenho de luz
Thaís Nepomuceno
Pesquisa e treino de respiração
Sudeep Kumar Puthyaparambath
Treino vocal
Fabíola Augusta
Direção de produção
Apricot Productions e Joana Silva
Agradecimentos
Grupo de Folclore Terras de Arões, Grupo de Cantares do Paúl, Arnaldo Saraiva, Niklaus Bein e Alex Sandro Malheiro
Produção
Crybaby GbR e Associação Calote Esférica
Coprodução
Teatro do Bairro Alto, Fundação de Serralves e Museum Folkwang
Apoio financeiro
Nationales Performance Netz Stepping Out financiado por Minister of State for Culture and Media no âmbito da iniciativa NEUSTART KULTUR, Assistance Program for Dance, Kunststiftung NRW, República Portuguesa – Cultura / Direção-Geral das Artes e Kulturamt der Stadt Essen
Apoio
CAMPUS Paulo Cunha e Silva
Fotografias
Milan Daemgen
Audiodescrição no Teatro do Bairro Alto
FrancoAcesso

Luísa Saraiva nasceu no Porto, é coreógrafa e bailarina. Estudou Psicologia na Universidade do Porto e Dança na Universidade de Artes Folkwang em Essen. A sua prática artística explora a linguagem do corpo e da voz e encontra-se na intersecção do movimento e da composição musical. O seu trabalho desenvolveu-se através de colaborações com artistas de diferentes disciplinas tais como Lea Letzel, Carlos Azeredo Mesquita ou Senem Gökce Ogultekin. Em 2018 recebeu o prémio Ground Support NRW com a peça A CONCERT, em conjunto com Lea Letzel. Em 2019 fez parte do programa danceWEB e na temporada 2019/2020 foi coreógrafa residente no K3 | Tanzplan Hamburg. Como curadora, colaborou com o Museu Folkwang em Essen e a Galeria Municipal do Porto em formatos de exposição e investigação com um foco interdisciplinar.

Tirana centra-se numa pesquisa sobre os espaços entre a respiração, o som e o canto, e o conceito de empatia respiratória. É uma coreografia sonora imersiva que tem como principais instrumentos a voz feminina e o aparelho respiratório. As quatro intérpretes criam diferentes paisagens sonoras tanto através de movimentos escultóricos e minimalistas, como através de movimentos explosivos e de uma fisicalidade de excesso. Pesquisando os limites da voz, queremos partilhar com o público a sensação táctil e o efeito físico de corpos sonoros ressonantes ao vivo. A partir de uma abordagem somática, procuramos uma prática de movimento que torna aparente o processo físico envolvido na criação e sustentação do som. Som que habita diferentes espaços do corpo e emana dos ossos e articulações, revelando as especificidades anatómicas de partes do corpo como a faringe, o tórax, o diafragma e os músculos do soalho pélvico. Estou interessada em criar uma relação visível entre o ritmo e a fisicalidade da respiração e o som/música que viaja através e para além do corpo.
A artista Inês Tartaruga Água construiu instrumentos/objetos sonoros especialmente para a peça, na qual a música/som surge do movimento e dos gestos do corpo. Partindo da ideia de criar um objeto que funciona como um pulmão ou corda vocal, trabalhámos numa instalação em que os parâmetros sonoros são modificados através do condicionamento mútuo entre os objetos e aqueles que os tocam e movem.
O universo sonoro com que trabalhamos está dentro das técnicas vocais alargadas como o canto através da inspiração, fonação invertida, canto circular e gutural. Interessa-me o som que pode ser percebido como ruído, respiração, vibração ou lamentação, e o momento em que a voz se torna um significante com qualidades e significados individuais. A voz é a imagem acústica de uma corporeidade específica, peculiar e esquiva. Em Tirana, a exploração destas técnicas vocais está associada a um tipo de canto polifónico feminino do norte de Portugal, onde a estrutura das vozes é feita de sobreposição e alternância, a fim de dar a impressão de um canto contínuo e sustentado que supera as limitações da respiração humana. A decisão de trabalhar repertório musical feminino está associada a um interesse em aprofundar as questões de género que rodeiam o significado e a interpretação do som, e a tese histórica de que a canção é algo inerente e naturalmente feminino. Este tipo de repertório propõe uma relação entre vozes que se baseia num delicado equilíbrio entre encontro e dissonância, com uma qualidade vocal áspera que incluí também tremores e gritos, e encontra semelhanças em alguns cantos polifónicos de outras regiões periféricas da Europa em que se misturam heranças de tradições cristãs, muçulmanas e judaicas. A noção de periferia, de procurar o que está na fronteira – a fronteira do som, da respiração, do movimento – em vez de um centro identificável, é fulcral para o que procuramos na peça.

Luísa Saraiva

A fonte do salgueirinho
Ai minha mãe mandou-me à fonte
À fonte do salgueirinho
Ai mandou-me lavar a cântara
Com a flor do Romeirinho
Ti eu lavei-a com areia
E quebrei-lhe um bocadinho
Ai anda cá perra traidora
Onde tinhas o sentido
Não o tinhas tu na roca
Nem tampouco no sarilho
Tinhas-lo naquele mancebo
Que anda de amores contigo
Ai minha mãe não me bata
Com barra de marmeleiro
Ai que eu estou muito doentinha
Mande chamar o barbeiro
Ai o barbeiro já lá vem
Com uma lanceta na mão
Ai para sangrar a menina
Na veia do coração

Música tradicional portuguesa

Tirana é uma coreografia sonora imersiva que explora a fisicalidade do limite da voz feminina. Através de canções populares portuguesas e repertório polifónico feminino sobre temas como a maternidade, violência e trabalho, a peça aborda questões de género na produção e interpretação do som. A atenção à natureza táctil do som e à relação entre corpo e espaço é capturada num objeto/escultura que opera como instrumento musical desenhado exclusivamente para esta obra pela artista sonora Inês Tartaruga Água. Ao criar paisagens sonoras e de movimento, procura-se mapear as fronteiras entre a respiração, o som e o canto.

 

Tirana:
Tipo de fandango
Antiga canção popular espanhola de movimento moderado e ritmo sincopado e ternário,
que começa com as palavras “¡Ay, tirana, tirana!” Mulher ingrata, esquiva ou má
Mulher cruel

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