Poesia como método de pensamento prático experimental
27 - 31 Janeiro
Exibição: de 27 de janeiro (21h) a 31 de janeiro (21h).
Conferências-performance
Disponível no YouTube do TBA e em www.atosdefala.com.br
Uma criação de Miro Spinelli e Francisco Mallmann.
Desde 2011, Atos de Fala tem-se afirmado como uma plataforma experimental devotada ao desenvolvimento do formato conferência-performance e das suas diferentes relações entre corpo, matéria e texto. Nesta edição, AdF realiza sua programação num formado online, selecionando a programação a partir de uma open call que decorreu em novembro 2021 e que incidiu especialmente na região ibero-americana. AdF.22 – Materializar os Impossíveis acontece numa parceria que liga o Teatro Bairro Alto a Santiago do Chile (NAVE) e ao Rio de Janeiro (Centro Coreográfico). Durante este período, as conferências-performance selecionadas serão apresentadas online.
Apoio: IBERESCENA, Goethe Institut – Rio de Janeiro e FAPERJ
Poesia como método de pensamento prático experimental é o ato de fazer um método – ou o método a fazer-se a si mesmo enquanto tentamos escrevê-lo, intencionamos praticá-lo. É uma coleção de fragmentos poéticos, anotações, citações, vozes, silêncios e outros sons. São imagens fugitivas capturadas através de experiências práticas/plásticas com uma coleção de palavras e coisas que formam o corpo da palestra-performance.
Ao invés de procurar por uma definição, praticamos a poesia como uma função da linguagem, um modo de discurso que resiste à definição porque, assim como a performance, age colocando constante e infinita pressão nas bordas da própria linguagem. Interessa-nos especialmente quando a sua ação se dá através da obscuridade ao invés da claridade, do desvio ao invés de rota reta. Por isso, fazemos da escuridão uma aprendizagem dos sentidos que nos leva a agir para além do pensamento moderno-colonial e de um campo visual racialmente saturado – que se dá, sobretudo, via à primazia do olhar como principal experiência do mundo e da luz como modo de saber-poder hegemônico. É o interesse pelo breu que nos guia rumo às resplandecências que este mesmo modo ofusca.