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13 Julho - 31 Agosto
Sílvia Pinto Coelho

Maratona de Procrastinação (noutros termos): Episódio #2 – Márcia Lança + João Fiadeiro

Discurso
Programa Digital

13 Julho - 31 Agosto

Discurso
Programa Digital
Canal YouTube
Duração 1h10

Entrevistas: Sílvia Pinto Coelho com Márcia Lança e João Fiadeiro
Vídeo e som: Sara Morais
Edição de Vídeo: Sara Morais e Pedro Gancho
Produção: ORG.I.A.
Produção executiva: Marta Moreira
Coprodução: Teatro do Bairro Alto
Apoio: ICNOVA, FCSH

Márcia Lança

Licenciada em Antropologia pela UNL. Em 2008 funda a VAGAR, Associação Cultural da qual é diretora artística. Destaca as criações: Dentro do Coração (2019), NOME (2017), Por esse Mundo Fora (2016), Evidências Suficientes para a Não Coerência do Mundo (2014), Happiness and Misery (2014), 9 Possible Portraits (2014), O Desejo Ignorante (2011), Trompe le Monde (2011), Morning Sun (2009), Dos joelhos para baixo (2006).

João Fiadeiro

João é português e vive em Lisboa. Foi diretor artístico do Atelier | RE.AL entre 1990 e 2019. O seu trabalho enquanto coreógrafo, investigador e professor gravita em torno do sistema “Composição em Tempo Real”, uma ferramenta teórico-prática de apoio à composição, colaboração e decisão.

A “maratona de procrastinação”, uma parte do projeto Escola da Procrastinação, de Sílvia Pinto Coelho, com a colaboração de Lília Mestre, seria um encontro duracional, ao ar livre, no dia 7 de junho de 2020, no Jardim Botânico de Lisboa.

A pandemia obrigou à redefinição do projeto e esta série de oito entrevistas que apresentamos em quatro episódios, com alguns dos possíveis convidados para a maratona de procrastinação, foi pensada como compromisso entre: um encontro em presença física, e a distância de segurança a que a lei e o bom-senso nos obrigaram.

As entrevistas são todas feitas ao ar livre e a mais de dois metros de cada entrevistada, exceto a conversa em vídeoconferência com Mark Tompkins, a partir de sua casa, em Paris.

«Ao propor uma “maratona de procrastinação” quisemos fazer ressoar um passado de encontros quase todos relacionados com eventos de dança nos anos 1990, no lastro do êxito social das jams de contacto improvisação. A palavra “maratona” pretende recuperar a memória das “maratonas” e dos “manifestos para a dança” (Lisboa 1992, 1993, 2000). “Procrastinação” refere-se, simultaneamente, à vontade de protelar e de abrandar os modos de produção na atualidade, e à capacidade de improvisar em processos criativos. Será que as ferramentas de improvisação podem contribuir para o abrandamento dos atuais modos operativos?

Falar sobre improvisação, investigação artística e encontros públicos de artistas é complicado, mas foi justamente o desafio que encetámos com as entrevistas. Dois critérios simples estão por detrás da escolha dos entrevistados  ̶  são pessoas que, ou propuseram e organizaram encontros públicos de improvisação entre pares na área da dança e performance ao vivo, ou participaram neles enquanto improvisadores, e que  têm um discurso sobre o “encontro”, a “investigação”, a “improvisação”, a “partilha pública”, a “composição”, a “construção de comum”.

Christine de Smedt esteve envolvida na formulação e concretização de Crash Landing (1996-1999) com Meg Stuart e David Hernandez; Mark Tompkins foi proponente de: Klick Clique (1993-1995) – com David Zambrano, Sasha Waltz e Frans Poelstra -, On the Edge, 1998, En Chantiers (2001-2004) e Serious Fun (com Meg Stuart, entre outros, 2019); Vera Mantero participou em ambos os formatos de evento – Crash Landing (várias edições), On the Edge (1998) – entre muitos outros encontros (p.e. em Lisboa e Porto); João Fiadeiro proponente dos LABs da REAL (desde 1992), do Skite em Lisboa (1994), participante no On the Edge (1998), desenvolve, também, o seu método de Composição em Tempo Real (desde 1995), mostrado em público enquanto projeto Existência (2002); e Peter Michael Dietz que fluiu no panorama Europeu entre vários projetos e abordagens à dança e performance improvisada, ao vivo, com propostas suas de improvisação em público, como Viva o Momento, etc. Na geração que não passou pela euforia das jamsMárcia Lança começou com Sofia Neuparth, no Chapitô, depois desenvolveu a composição em tempo real com Fiadeiro e passou por outras abordagens num dos cursos do Forum Dança. Mariana Tengner Barros e Elizabete Francisca Santos também fizeram uma edição importante dos cursos do Forum Dança com: Deborah Hay, Lisa Nelson, Francisco Camacho, Vera Mantero, Mark Tompkins, João Fiadeiro. Ambas têm um panorama vasto das práticas de improvisação possíveis através da dança, mas desenvolveram, sobretudo, o seu encontro com Mark Tompkins e Meg Stuart que resultou na apresentação recente, em Viena, de Serious Fun (2019). Outros entrevistados ficaram na mira de uma próxima oportunidade de encontro!»

Sílvia Pinto Coelho

 

A Maratona de Procrastinação, programada para acontecer a sete de junho, no Jardim Botânico de Lisboa, foi adiada… Ou então, trata-se disso mesmo, de algo que começa assim que é enunciado, e que continua a ser indefinidamente protelado. Fará isso parte do projecto de procrastinar? Nesse caso, uma maratona só sublinha o que já existe, mas disfarçada de planos de concretização. São afinal planos de adiamento, ou de procrastinação. Se, por motivos covídicos, o confinamento se prolonga, o encontro faz-se em modo reflexivo, em lugar de proporcionar uma festa presencial. Foram propostas oito entrevistas sobre a potência desses encontros, que estão agora disponíveis no site do TBA. Em lugar de uma maratona de procrastinação temos acesso a discursos concretos que se referem a encontros difíceis de descrever. Improvisar é o quê? Conversar? Jogar? Encontrar relações, ligações, nexos? Posicionarmo-nos? Saber fazer durar o lugar de não saber?

Márcia Lança e João Fiadeiro são artistas que desenvolveram modos de estar em cena, na investigação e na Composição em Tempo Real, de uma forma muito própria. Aqui dissertam por vários caminhos, em conversa connosco, como se fôssemos continuar, continuar, continuar… “Aquilo que fazia de nós um coletivo era um exercício de confiança e de entrega ao desconhecido, a uma espécie de abismo, de vazio em que todos entrávamos.” (ML).

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