Heya: Feminist networked co-creation between Europe and the Middle East
26 Maio
ter 26 maio 11h
Em inglês
Esta conferência ficará disponível com legendagem em português e inglês no nosso canal YouTube em meados de junho
Duração 60 mins.
Jilliene Sellner é uma artista canadiana e doutoranda na Goldsmiths College no Reino Unido. Tem composto e produzido as partes sonoras de trabalhos vídeo de vários artistas internacionais e tem dado formação em podcasting a organizações não-governamentais e ativistas. A sua prática baseia-se nas ideias de colaboração, fonografia, composição para instalação, rádio e vídeo e ainda a curadoria de performances em rede.
Zeynep Ayşe Hatipoğlu é uma violoncelista e compositora de Istambul. Enquanto compositora e intérprete, tem colaborado com músicos e artistas de outras disciplinas, particularmente envolvidos em práticas de improvisação. Ayşe faz parte dos ensembles SAVT e Klank.ist.
Heya (ela, em Árabe, e também uma forma amigável de cumprimento em Inglês) é um projeto de investigação desenvolvido por Jilliene Sellner, compositora e artista sonora canadiana, que procura criar pontes entre mulheres que criam sons, ruídos, gravações de campo, música experimental e música eletrónica e uma audiência global. São mulheres que vêm de cidades como o Cairo, Teerão, Istambul e Beirute, partilhando cada uma experiências com as revoltas e supressões que têm vindo a acontecer desde a Primavera Árabe, a Primavera Verde e os protestos de Gezi Park.
Esta criação, que une Europa e Médio-Oriente, consiste numa série de performances transmitidas ao vivo de Nour Skhon, do Líbano, Yara Mekawei, do Egito, Ayşe Hatipoğlu, da Turquia, e de Jilliene Sellner. Combinando plataformas como o Zoom, o LiveSHOUT (uma aplicação de streaming desenvolvida por Franzika Schroeder e Pedro Rebelo na Queens University de Belfast) e o mapa sonoro da Locus Sonus, torna-se possível para estas artistas tocarem juntas remotamente.
Misturando e reagindo às experimentações sonoras e aos materiais recolhidos por cada uma das compositoras, a colaboração ganha uma forma horizontal e um método igualitário que contribui para descolonizar a investigação musicológica, contornando os formatos mais convencionais. As limitações das plataformas digitais e os acessos instáveis à Internet são um desafio inerente a esta colaboração. Porém, a experiência de Heya não se centra tanto em criar uma peça sonora perfeita, mas antes na reflexão sobre um processo que se quer colaborativo e em rede independentemente das distâncias.
Nesta conferência musical, a discussão partirá das perspectivas de artistas que trabalham fora das estruturas convencionais ocidentais, em locais e em contextos em que a liberdade de circulação ou de expressão não existe da mesma forma, para refletir sobre a experiência do confinamento que se vive à escala mundial.