Essenciais
28 Setembro - 31 Outubro
Andresa Soares + Olga Cunha
Essenciais #1 – Arredar
Arredar para não tropeçar no emaranhado de sentidos. Descuidar as artes e o final da vida. Desnutrir perguntas e assim matar a narrativa.
Andresa confinou-se às artes e Olga aos cuidados do final da vida. Encontram-se online.
Lila Fadista + Alice Azevedo
Essenciais #2 – Tágides, exemplares
Lila e Alice são duas trabalhadoras engajadas numa reflexão profunda sobre o impacto da pandemia, o significado do trabalho e as implicações do sistema de valoração capitalista – a essência da cultura e o culto da essência.
Mas talvez a reflexão não seja tão profunda assim, não obstante trabalhosa… Surge-lhes A oportunidade de serem eleitas As musas da recuperação socioeconómica. Terão de provar a sua abnegação e resourcefulness numa campanha que poderá mudar o curso das suas vidas. Qual será a escolhida?
Raquel Lima + Maria Palmira Joaquim
Essenciais #3 –Essencial é a Fome
Quando falamos de fome, referimo-nos a tudo o que é essencial e fundamental para sobrevivermos. O básico e indispensável como a alimentação para o físico (comida e água), mas também a alimentação mental, emocional e espiritual que pode advir de uma palavra, de um ritual, de amor-próprio e aos próximos, principalmente os mais frágeis, no verdadeiro sentido de fragilidade. Com a pandemia a fome generalizou-se, e passámos a sentir a fome de ouvir uma história, um poema, uma palavra amiga, uma música, ou mesmo a fome de uma refeição em conjunto. Nesse cenário, como é que mãe e filha fortalecem uma relação desde os seus trabalhos poéticos e geriátricos lidos num espaço de intimidade e familiaridade onde a ação essencial é mobilizada pela revolta do afeto e da fome?
Welket Bungué + Joacine Katar Moreira
Essenciais #4 – Mudança
Essencial é gerar vida, discurso, compreensão e celebrar a humanidade. Em tempos de pandemia generalizada, originando questões em torno da preservação da democracia, da integridade da saúde pública e das nossas próprias noções de individualidade, vemo-nos arrastados num processo de mudança. Neste encontro entre um artista e uma deputada, questiona-se qual a essência dos seus ofícios, fazendo ressoar um inesperado paradigma de revolução iminente.
‘Mudança’ terá como proposta visual a plasticidade do texto interpretado, e da imagem digital (pinturas do artista plástico Nú Barreto) projetada sobre os performers. A música (autoria de Mû Mbana) e o conteúdo textual apelarão ao dramatismo onírico de um território pensado a partir de sensações insulares, trazidas pelas referências ao povo do arquipélago Bijagó, na Guiné-Bissau
Duas pessoas socialmente distanciadas encontram-se num lugar qualquer, real ou virtual, e chamam-lhe um palco. Uma é “profissional da cultura”, outra é “trabalhadora essencial”.
O que têm para dizer uma à outra? Como se movem (no palco, na cidade)? O que há de essencial naquilo que fazem? Ou: qual é a essência daquilo que fazem? O que têm em comum, o que as separa? Como vivem a pandemia, o confinamento, o desconfinamento? O que mudou, o que tem de mudar? O que lhes falta de essencial?
O TBA convidou quatro profissionais da cultura, que por sua vez convidaram quatro trabalhadores essenciais para um encontro a dois. De cada encontro resultará uma peça em vídeo, a transmitir online.
A performer e criadora Andresa Soares escolheu Olga Cunha, encarregada geral de um lar de terceira idade; Lila Fadista (vocalista de Fado Bicha) convidou Alice Azevedo (atriz, ativista e operadora de call center); a poeta, performer e investigadora Raquel Lima trabalha com a sua mãe, Maria Palmira Joaquim, auxiliar de geriatria; e o artista transdisciplinar Welket Bungué convidou a deputada Joacine Katar Moreira.
O filme Mudança, de Welket Bungué com Joacine Katar Moreira já não está disponível para visionamento, porque está agora inserido no circuito de festivais de cinema internacionais.
O ator Bruno Candé faria no dia 18 de setembro 40 anos. Assassinado em julho, Bruno Candé deixou três filhos pequenos. As receitas de bilheteira de vários espetáculos apresentados nesse dia reverteram para esta família, através da associação SOS Racismo. Embora as obras que decorrem no TBA não nos permitam ter por enquanto programação presencial, quisemos juntar-nos a esta iniciativa através do nosso programa digital.
Assim, convidamos o nosso público a fazer um donativo equivalente ao preço de um bilhete no GoFundMe da família de Bruno Candé.
Os teatros associados são o CAL – Primeiros Sintomas, Teatro do Bairro Alto, São Luiz Teatro Municipal, Teatro Maria Matos,Teatro Maria Vitória, Teatro Municipal do Porto – Rivoli . Campo Alegre, Teatro Nacional D. Maria II e Teatro da Politécnica (Artistas Unidos).