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26 Junho
Spectrum Awareness

convida Angélica Salvi e Joana Guerra

Música

João Pedro Fonseca, com um trabalho dedicado ao surrealismo, ao animismo, à transcendência, aos territórios experimentais e às propriedades imateriais, caminha num campo multidisciplinar: das artes visuais, performativas, teatrais, musicais e cinematográficas. É responsável pela label ZABRA, das residências ZONA e a ZIGUR ARTISTS. É criador do projecto Spectrum Awareness e co-criador de Tellurian Insurgencies.

Carincur, artista transdisciplinar, desenvolve trabalho de carácter exploratório configurando-se em formatos híbridos entre performance, música, instalações, entre outros. Através do quadrinómio espaço/corpo/voz/máquina como principais materiais plásticos, a sua investigação explora percepções auditivas e visuais, as transições entre corpos orgânicos e electrónicos, a voz como aparelho de síntese e a criação de vozes pós-humanas.

João Valinho, músico e artista visual português com actividade no fulgurante panorama de música improvisada lisboeta, do freejazz à música near-silence, assim como em abordagens interdisciplinares com dança e teatro. Activo mais recentemente com os seguintes projectos: Rodrigo Amado Refraction Quartet, Spectrum Awareness, Fashion Eternal, Anthropic Neglect.

Angélica Salvi, harpista, radicada no Porto desde 2011. Formação e experiência junto do Real Conservatório de Música de Madrid, Real Conservatório de Haia e Universidade de Arizona. Carreira interdisciplinar e colaborativa dedicada à improvisação, à contemporânea e à electroacústica. Professora no Conservatório de Música do Porto, curadora da galeria A Garagem e membro dos ensemble Vertixe Sonora e FMFX.

Joana Guerra, violoncelista, cantora e compositora, integra vários projetos de música experimental, improvisação, noise, rock ou free jazz. É sobretudo com o projeto a solo que tem consolidado o seu nome. Conta com quatro discos editados. O último, “Chão Vermelho”, saiu em Novembro de 2020. Movimenta-se por múltiplos contextos artísticos, na dança, no teatro e no cinema, enquanto compositora e performer.

Trilogia de esquemas cenográficos, de João Pedro Fonseca

Esta é uma instalação viva.
Ela viaja entre o visual, o som e a performance.
Convoca um processo xamânico entre as máquinas e a liturgia.
Ela começa vertical, cai horizontal.
O espaço negativo é o presente.
A verdadeira forma é a imortalidade.
A imaterialidade é a forma.
O corpo é temporário, só as nossas acções perpetuam.
É no silêncio que ecoa a eternidade.

O surgimento das várias crenças religiosas e o culto do desconhecido associa-se à percepção de padrões e de relações de dados aleatórios. Lembramo-nos, por exemplo, do fenómeno da sincronicidade em Carl Jung (1929) ou daquilo que Klaus Conrad  (1959) descreve como apofenia. Spectrum Awareness tendo a dissonância e abstração como sua génese levanta um ecossistema eminentemente sensorial, onde o estado interno do sujeito colide com os estímulos e as percepções externas, ampliando uma forma de consciência alheia à diversidade dos meios convencionais. Através de um processo xamânico entre as máquinas e a crença, num lugar do domínio performativo e experimental, é desencadeada uma relação de entropia com o dispositivo – a arquitectura cenográfica, que se molda e se transmuta nas propriedades imateriais. A improvisação, através das inquietações internas das intenções litúrgicas, dos motivos etéreos e dos padrões teratológicos, é um impulso delirante à procura de uma compreensão do motor quimérico que incita a base criativa do momento – um processo irrepetível de descoberta ou redescoberta onde a ascensão é o movimento vertiginoso que nos posiciona no lugar menos comum: o incógnito. Poder-se-á dizer que a articulação entre o digital e o acústico diluem-se indistinguivelmente numa pulsação de um organismo vivo em choque com o habitat cénico, numa tentativa de domínio, de entendimento, no qual o delírio, a transcendência e o estado anímico são potências iminentes. Neste ritual é evocado um lugar de suspensão, um lugar litúrgico onde todos nós podemos ser testemunhas de um fenómeno espectral.

A
torre
de
Babel
foi
construída
nas
costas
de
Deus,
não
para
subir
da
terra
ao
céu,
mas
para
que
o
céu
desça
para
o
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presente.

 

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