Artificĭu-
Conceito Inês Campos e equipa
Performers Dylan Read e Inês Campos
Sonoplastia Filipe Fernandes, Inês Campos e João Grilo
Desenho e operação de luz Mariana Figueroa
Objetos e cenografia Inês Campos e João Calixto
Produção executiva Teresa de Brito e Tiago Sgarbi com a colaboração de Sandra Carneiro
Coprodução Eira e Teatro do Bairro Alto
Apoio Teatro Municipal do Porto e Teatro de Ferro
Residências artísticas Honolulu Nantes, Teatro do Campo Alegre, Espaço Alkantara, CRL-Central Elétrica, Fábrica das Ideias, Centro de criação de Candoso e O Espaço do Tempo
Olhar exterior Sofia Dias e Vítor Roriz, Pietro Romani
Imagem Raphaël Decoster e Inês Campos
O espectáculo inclui fragmentos e citações de Ways of Seeing de John Berger e da série televisiva Undone de Raphael Bob-Waksberg e Kate Purdy
Agradecimentos António Campos, Cláudia Vaz, Filipe Pereira, FreeFlow, Henrique Nascimento, Maria Lis, Marta Figueroa, Sofia Silva, Teresa Campos, Tota Alves
A Eira é uma estrutura artística financiada pelo Governo de Portugal/Ministério da Cultura – Direção-Geral das Artes
Inês Campos (Porto, 1990)
Trabalha como coreógrafa, atriz/bailarina, música e artista visual. Circula nacional e internacionalmente o seu solo Coexistimos (2018-21) e estreia a nova criação Artificĭu- em 2021. É performer na tour internacional de Sons Misteriosos de Sofia Dias e Vítor Roriz (2020-21) e de Muyte Maker de Flora Détraz (2018-21). Cocriou Sublinhar com Marta Cerqueira (2019); foi performer na tour internacional Cutting Edge de Kalle Nio (2016-18) e Icosahedron de Tânia Carvalho (2011-18); e cofundou o coletivo www.thistakestime.com (2012-17). Participa nas longas-metragens A Metamorfose dos Pássaros de Catarina Vasconcelos (2020); AMOR FATI de Cláudia Varejão (2020); e BODY-BUILDINGS de Henrique Câmara Pina (2020).
É cofundadora da banda SOPA DE PEDRA para a qual compõe, canta e é grafista.
Formada na Escola Superior de Dança; no Fórum Dança PEPPC (2012, Lisboa]; na Escola Internacional de Teatro Jacques Lecoq (2013, Paris); e na Casa da Música/Curso de Formadores Musicais (2014, Porto). As suas criações artísticas são objetos híbridos que procuram explorar a relação entre o corpo e o seu lugar simbólico a partir de um imaginário de poesia pragmática, ou realismo mágico, que justapõe o real e o irreal.
Artificĭu- é uma espécie de êxtase minimal. Um fluxo de mil acontecimentos sobrepostos ou algo que se repete sem que a sua repetição seja percetível. A perpétua metamorfose de uma ideia dentro de um corpo e de um espaço. É algo que a princípio parece intuitivo e tangível, mas depressa se torna escorregadio devido à persistente dissolução da lógica narrativa e à presença suave-mas-pujante do vazio. Artificĭu- fala de um modo circular. O que fica por dizer também está presente na sala. Na imaginação coletiva do público, há uma forma intangível que é sugerida e se começa a manifestar. Em mutação contínua, busca a cada momento alcançar um repouso.
Aquilo que realmente me toca não é a forma, mas a intensidade.
Inês Campos
Artifício
ar.ti.fí.ci.o / nome masculino
- recurso utilizado para conseguir um dado efeito
- perfeição com que se faz qualquer coisa; habilidade
- imitação do natural
- afetação
- astúcia; manha; dolo
- dispositivo mecânico, pirotécnico ou elétrico, usado para provocar a deflagração de uma carga explosiva
Do latim Artificĭu-, «ocupação; arte»
O que faremos nós?
[Baseado numa canção tradicional irlandesa de viajantes]
O que faremos quando não tivermos dinheiro?
Ó verdadeiros amantes, o que faremos então?
Apenas andar pela cidade por uma coroa faminta
E cantar uma vez mais.
E o que faremos se nos casarmos com um marinheiro?
Ó verdadeiros amantes, o que faremos então?
Apenas navegar nos seus navios e brincar nos seus lábios,
E cantar uma vez mais.
Mas o que faremos se ele morrer no oceano?
Ó verdadeiros amantes, o que faremos então?
Apenas procurar o amor de novo enquanto cantamos para o azul
E nós iremos cantar novamente.
E o que faremos se tivermos uma filha pequena?
Ó verdadeiros amantes, o que faremos então?
Basta carregá-la às cavalitas e caminhar pela estrada
E cantar uma vez mais.
Ó verdadeiros amantes, o que faremos então?
Os botões estão florescendo e a geada acabou
profundo é o silêncio e longa é a luz
O verão está a chegar de novo outra vez
profundo é o silêncio e longa é a luz
What will we do?
[Based on a Traditional Irish Travelers Song]
What will we do when we have no money?
Oh true lovers what will we do then?
Only walk through the town for a hungry crown
And we’ll yodel it over again.
And what will we do if we marry a sailor?
Oh true lovers what will we do then?
Only sail on his ships and we’ll play on his lips,
And we’ll yodel it over again.
But what will we do if he dies in the ocean?
Oh true lovers what will we do then?
Only find love anew while we sing to the blue
And we’ll yodel it over again
And what will we do if we have a young daughter?
Oh true lovers what will we do then?
Only throw her on our back and walk on down the track
And we’ll yodel it over again.
Oh true lovers what will we do then?
The buds are in bloom and the frost is all over
deep is the silence and long is the light
The summer is coming again over and over
deep is the silence and long is the light