A audiodescrição em dança como processo contínuo de interação, investigação e evolução
24 Setembro
sábado 16h
Sala Manuela Porto
Duração 90min
Programa Pensar a audiodescrição em Dança
Encontro
23 Setembro
sexta 10h – 14h
Sessão de escuta de audiodescrições com a participação da APEDV
Britt Hatzius. Audiodescrição como ferramenta performativa
Workshop
24 Setembro
sábado 10h – 14h
Valérie Castan. Experimentar com a descrição
Conferência
24 Setembro
sábado 16h
Eliana Franco. A audiodescrição em dança como processo contínuo de interação, investigação e evolução.
Duração 90 min.
Workshop
25 Setembro
domingo 10h – 14h
Mariana Rodrigues. Movimento e escrita criativa
Eliana Franco. Sensibilização à audiodescrição para dança
Conferência
25 Setembro
domingo 16h
Valérie Castan. Audiodescrição de espetáculos coreográficos
Duração 2h
Eliana Franco é especialista em Tradução Audiovisual e Acessibilidade. Formada em audiodescrição com Bernd Benecke (Alemanha). Coordenou o grupo TRAMAD (2004-2014, Bahia, Brasil), pioneiro na audiodescrição para a dança no país. Desde 2020, trabalha em Portugal como consultora, legendadora, audiodescritora e formadora.
A audiodescrição é um processo de acessibilidade que consiste em descrever verbalmente uma obra para pessoas cegas e com baixa visão. A audiodescrição em dança coloca diversas questões, uma vez que ela é em si abstrata, isto é, não existe na maioria das vezes um guia de texto e/ou uma dramaturgia clara (uma narrativa) que conduza a espectadora. Que vocabulário escolher para descrever as referências visuais, os movimentos, as ações complexas? Como invocar a emoção no espectador quando este pode não ter referências visuais e corporais possíveis na sua memória e imaginário em relação à dança?
Sob a curadoria da bailarina e coreógrafa Ana Rita Teodoro, apresenta-se um programa de conferências, workshops e encontros com o intuito de lançar a pista de que a audiodescrição para a dança pode ser pensada como um projeto de investigação entre artistas, audiodescritores e o público em questão.
A dança e as artes performativas interdisciplinares têm-se interessado pela questão da acessibilidade com uma dimensão criativa, o que verificamos nos trabalhos de artistas como Valérie Castan e Britt Hatzius, que usam a audiodescrição como uma ferramenta performativa e, por vezes, política. Trazer estes exemplos é poder, eventualmente, pensar numa acessibilidade que seja, em si própria, parte integrante do processo criativo das obras artísticas.
A audiodescrição é um processo de tradução intersemiótica que envolve vários profissionais numa rede de interação em diferentes níveis, e que converge, mas não se acaba, num produto final apresentado ao público. A audiodescrição em dança, mais especificamente, é um processo de investigação contínuo entre coreógrafas/artistas, audiodescritores (guionistas, consultores e narradoras) e o público cego ou com baixa visão. Nesta conferência serão partilhadas as experiências em audiodescrição com o Grupo X de Improvisação e Dança, em Salvador, Bahia-Brasil, bem como os questionamentos que surgiram e evoluíram a partir desse contexto.